
Vime, do latim vimen , é um material utilizado desde tempos primitivos, originalmente oriundo de varas moles e flexíveis do vimeiro e que passou a designar qualquer matéria-prima de origem vegetal com tais características e que, trançado, possui diversos usos, principalmente na manufatura de cestos e móveis.
Na Antiguidade alguns escudos chegaram a utilizar este material, como no batalhão persa dos Imortais. Referências documentais dão conta de sua existência no Antigo Egito e seu uso é sugerido como tendo se expandido na Idade do Ferro, com grande influência no desenvolvimento da arte Céltica.
O vime esteve presente nos primeiros protótipos de balões e aviões, por seu baixo peso e resistência; nos balões, até em tempos atuais, é um dos materias com os quais são confeccionados os cestos em que seguem os passageiros. Nos tempos modernos sua estética foi influenciada fortemente pelo Movimento de Artes e Ofícios, do final do Século XX.
Os artefatos antigos em vime são bastante valorizados, pelos colecionadores.
Materiais Além da vimeira original, são usados outros materiais bastante comuns como algumas gramíneas, como canas e bambus. São usados galhos, ou mesmo o tronco principal, desde que fino e flexível.
Trançado O vime é alvo de uma tessitura que, adquirindo firmeza, possui grande resistência e durabilidade.
O vime é um produto obtido de espécies do gênero Salix, da família Salicaceae. São conhecidas cerca de 300 espécies desse gênero, entre árvores e arbustos, espalhadas pela Europa, América do Norte, Ásia e África.
A utilização do vime é relatada desde a antiguidade, sendo que em Ur, pátria de Abrahão, foram descobertos sarcófagos de vime que datam de mais de 5.000 anos. A bíblia lhe faz referência quando descreve que, no reinado de Ramsés II, no Egito, Moisés foi resgatado das águas do Nilo em uma cesta de vime.
Hoje, somente alguns países do leste europeu, como a ex-União Soviética, Polônia e Hungria, mantém seu cultivo em níveis consideráveis. Atualmente, poucos países se interessam pela fabricação de móveis de vime, apesar de, durante muito tempo, ter existido uma indústria desenvolvida na França, Espanha e Itália. Esses países mantêm atualmente uma pequena produção, destinada principalmente à elaboração de produtos de alta qualidade, que permitam diluir os altos custos associados. Já nos países do leste europeu, onde os custos da terra e da mão-de-obra são mais reduzidos, a indústria se mantém, com a Polônia e a Hungria liderando o comércio do vime bruto na região. Na América do Sul, o Chile utiliza o S. viminalis em trabalhos de cestaria, movelaria e artesanato. Espécies de Salix produtoras de vime foram introduzidas no Brasil há mais de meio século, em São Paulo e nos estados do Sul.